22:23
Série: Encorajamento para mulheres solteiras - Contra a solidão
12 Comentários
O tempo de solteirice é um tempo que geralmente
possuímos dificuldades de lidar. Por ser marcado pela incerteza do futuro, pela
pressão do presente, e por estarmos inseridas em um mundo que é permeado de
relações amorosas. O fato de sermos solteiras pode nos trazer várias
implicações que nos deixam de certa forma atribuladas e inseguras, uma delas é a
solidão, é nela que focaremos nesse texto.
A solidão é algo intrínseco de nosso ser, e costumamos
associa-la com uma sensação de vazio, de falta de significado e de pessoas. Todas
nós já nos sentimos assim, embora muitas vezes não dando indícios disso para os
outros.
Tentamos não nos sentir solitárias de várias
formas, porém, o que parece ser é que um vazio existencial sempre está nos perseguindo.
O nosso desejo por um alguém prevalece, e então inculcamos em nossa mente que ainda
não somos felizes porque estamos solteiras. Deparamo-nos com vários relacionamentos
amorosos, vemos muitas pessoas tendo momentos incríveis com seus parceiros, outras
já planejando os seus casamentos, e o fato das pessoas aparentarem estar tão bem
intensifica a nossa dor, nos levando ao isolamento por nos sentirmos as únicas
que sofrem desse mal que é a solidão, pois, afinal, estamos solteiras, não
temos ninguém pra compartilhar momentos e dividir as nossas vidas integralmente.
Não temos um companheiro que nos faça sentir amadas e estimadas, a quem
possamos amar, sonhar junto, querer estar perto e nos sentir bem.
O Senhor Deus nos criou à Sua própria imagem,
Ele subsiste em três pessoas que estão em perfeita comunhão e harmonia,
eternamente. Fomos então feitas à imagem da comunhão trinitariana, e sendo
assim, temos uma essência relacional. O primeiro homem criado, Adão, desfrutava
de inteira comunhão com Deus, o seu Criador, até que um dia desobedeceu a Sua
voz, optando pela sua própria vontade em vez de atentar para a vontade do
Senhor. Como consequência disso, teve o seu relacionamento com Ele rompido (Gn
3). Após haver pecado, Adão perdeu o grande prazer de se relacionar intimamente
com Deus. O Senhor Deus foi tirado do centro do seu ser, restando um enorme
vazio. É assim que a solidão surge e desde então, os seres humanos tentam
preencher esse vazio com os relacionamentos humanos, a exemplo da relação
amorosa.
A solidão, assim como qualquer outro problema
da nossa natureza caída, provém da queda, e não meramente da ausência de
pessoas, sendo, portanto, um problema espiritual, que só pode ser superado cabalmente
com a presença de Deus. A presença de pessoas é necessária para a nossa
formação e identificação como indivíduo, pois ninguém consegue viver
saudavelmente sozinho; porém, a presença de Deus é indispensável para as nossas
vidas, e é somente Nele que podemos ser plenamente realizadas.
“(...) Muitas vezes nós definimos a solidão em termos físicos ou emocionais. Pensamos que a solidão pode ser definida pela ausência de pessoas, seja fisicamente ou emocionalmente. Então, pensamos em nós mesmos: ‘O que precisamos fazer para consertar nosso problema de solidão é ter mais pessoas em nossas vidas’. E quando isso não funciona, pensamos: ‘Bem, precisamos de pessoas mais consideráveis em nossas vidas’. E então, falei sobre como definimos a solidão como emocional ou física. Mas isso não completa a imagem porque a solidão também é a presença de dor. A solidão não é apenas a ausência de pessoas; é a presença da dor, a dor da separação de Deus e dos outros. Começou no jardim do Éden quando Adão decidiu escolher os prazeres do pecado e, ao fazê-lo, herdou a dor da solidão”.¹
Quando desejamos um alguém, não é meramente
por causa dele, mas por causa de nós. Não é somente pelo o que ele é, mas pelo
o que ele pode nos fazer ser e sentir. Assim, concentramos as nossas profundas
necessidades no ideal de um ser humano igual
a nós, repleto de falhas e falido em suas próprias necessidades. Concentramos a
nossa força na busca de um namorado em potencial, porém, ao sermos desapontadas
em não conseguirmos o que queríamos em termos de completa realização, mudamos o
foco da nossa busca: queremos o casamento. Só que o casamento também não é
capaz de arcar com o peso da nossa solidão, e então queremos ter filhos, ou um
emprego, ou melhores amigos, enfim! A busca não se finda. Então, como não
conseguimos estar realizadas pelos meios que buscamos, passamos a estar insatisfeitas
com o nosso casamento, com o nosso marido, com os nossos filhos, com a nossa vida
e com Deus. Lançamos o peso da culpa no meio em que estamos e nas pessoas, e
não atentamos que o problema está em nós. Porque vemos as pessoas como um meio
de extrairmos o que entendemos como Redenção, passamos a amar e a ver pessoas
como uma espécie de deus em nossos corações, e essa busca será incessante enquanto
não encontrarmos o Médico de nossas almas, o único que pode curar o nosso
coração de todo mal causado pelo sofrimento do pecado. Só aprenderemos a ver as
pessoas como pessoas em nossas vidas quando aprendermos a ter a Deus como de
fato, o nosso Deus.
Não é sensato pensarmos que as pessoas podem
nos oferecer o que Deus pode nos oferecer. Nele está o clímax de toda a
necessidade humana, inclusive da nossa necessidade de um namorado, noivo e
marido. Ele é a solução para a nossa solidão, porque a Sua presença pode nos
fazer abundantes de alegria e repletas de eterno prazer (Sl 16:11).
O Senhor nos prometeu que nunca estaremos
sozinhas, porque Ele não irá nos desamparar nem nos abandonar (Hb 13:5, Sl
23:4, Sl 27:10, Mt 28:20). Então, por mais que nos sintamos sozinhas, na
verdade não estamos, temos um amigo, ou melhor: um melhor amigo, que é também o
nosso Pai celestial e o nosso Deus.
Ele entende a nossa solidão, pois se
identificou conosco quando tomou a forma humana (Hb 2:17-18, 4:15). Embora sem
pecado, Jesus se deparou com o abandono de pessoas, e
num determinado momento, do próprio Deus (Mc 15:34). Ele preferiu sofrer
suportando a ausência de seu Pai para que nós pudéssemos desfrutar da Sua
presença, eternamente. Então, Ele nos entende, e proveu aquilo que o nosso
coração de realmente necessita: a presença contínua de Deus.
Além disso, Ele sabe de tudo o que
necessitamos antes de O mencionarmos uma só letra, antes de O pedirmos qualquer
coisa (Sl 139:4, Mt 6:8). Portanto, Deus sabe nos dar o que necessitamos,
quando Ele vê que é bom para recebermos, no Seu tempo, que é melhor que o nosso
e sob as Suas condições, que são sábias e perfeitas.
Por não aguentamos a dor da solidão, não
percebemos que podemos estar desperdiçando um período que é precioso em nossas
vidas: o da solteirice; e andamos insatisfeitas com ele ao invés de recebê-lo
como um presente de Deus. Deus é digno de ser glorificado, embora estejamos
sofrendo com a solidão e com a obscuridade das coisas, como bem disse Paul Matthies:
“Deixe-me falar uma palavra muito pessoal para solteiros. Para a maioria de nós, o maior medo do mundo é que sempre seremos a dama de honra e nunca ser a noiva, e a esperança que esta passagem nos dá é que Deus é digno de adoração, independentemente de morrermos sozinhos e em obscuridade (João 3: 23-30). Ele ainda pode fazer a nossa alegria cheia. Ele ainda pode nos encher de alegria. Por quê? Porque, enquanto Jesus está sendo levantado, temos a grande promessa de que aquele que é acima de tudo ainda pode nos encher de alegria e, embora possamos ser esquecidos, desde que as obras (feitos) do Senhor não sejam esquecidas, nossa alegria pode ser preenchida. E Deus é digno de adoração, mesmo que morramos na obscuridade.”¹
Abaixo estão enumeradas algumas aplicações
para as mulheres solteiras que lutam contra a solidão:
1. Não devemos nos guiar pelo que sentimos,
mas pelo o que sabemos. Os sentimentos nunca devem determinar o rumo da nossa
fé, pois precisamos nos amparar naquilo que conhecemos à luz das Escrituras. Então,
não permita que a solidão encaminhe a sua vida, mas sim a Palavra de Deus.
2. A solidão é uma consequência da queda, mas
Deus já providenciou a solução para ela: “Temos uma solução para o nosso problema espiritual, e se nos
submetemos ao Senhor e aceitamos sua solução para o nosso mais profundo
problema espiritual, a obra expiatória de Cristo na cruz, Deus pode atacar a
solidão na sua raiz e superar a dor da separação em nossas vidas que levam à
separação dele, o que leva à separação de outras pessoas.”¹
3. Nossas tentativas de encontrar realização
nas coisas, nas pessoas e nos relacionamentos, sejam amorosos ou não, sempre
irá falhar; porém, Deus nos permite desfrutar de Sua presença se O buscarmos, e
nela o nosso coração encontrará o significado de que tanto carece.
4. O Senhor entende e considera a nossa
solidão, conhece todas as nossas necessidades antes mesmo de O pedirmos. Logo,
Ele conhece o nosso desejo por um relacionamento amoroso, e pode nos
concedê-lo, a Seu tempo, e conforme a Sua vontade, que é sempre o melhor pra
nossas vidas.
5. Não pecamos por desejar uma companhia, ou
até por nos sentirmos sós. Pecamos quando usamos essas coisas como argumentos
para pecarmos contra o Senhor, exaltando as nossas próprias necessidades ao
invés de nos submetermos ao senhorio de Cristo.
6. As amizades e a família são de ótima valia
para os solteiros, além de ser uma grande necessidade. Que ao invés de
isolar-nos em nossa solidão, entendamos o valor de cultivarmos amizades, tendo
amigos e sendo um; e o valor da família, as pessoas com quem o Senhor permitiu
que convivêssemos nesse mundo.
7. Que como mulheres solteiras, possamos
aproveitar esse tempo que é tão precioso em nossas vidas, buscando cultivar os
frutos de nosso caráter que nos tornarão preparadas para a responsabilidade do
casamento, a fim de sermos mulheres prudentes e virtuosas, para que, assim como
Charo e Paul Washer² escreveu, possamos oferecer ao nosso futuro marido e ao
mundo algo mais do que apenas um rosto bonito.
8. E, apesar de qualquer coisa, Deus é digno
de ser engrandecido, ainda que em nossa obscuridade. Vivamos o hoje
intensamente para Ele, em serviço cristão e em prol do Reino!
Thayse Fernandes
___________________________
¹ Paul Matthies. De uma série de sermões,
intitulada: Only the Lonely.
² A mulher de Deus (Tornando-se Ester), de
Charo e Paul Washer. Disponível em pdf no link: voltemosaoevangelho.com/blog/2009/06/charo-e-paul-washer-a-mulher-de-deus-tornado-se-ester
Texto muito bom !! Parabéns ! Tudo Isso é bem verdade !!O Senhor é e deve ser tudo em nós , Ele é a própria vida !!
ResponderExcluirOlá, Carol!
ExcluirObrigada pelas palavras. Que o Senhor nos agracie sendo, de fato, tudo em nós, para a nossa alegria, e a Sua glória.
Um abraço!
Texto muito bom !! Parabéns ! Tudo Isso é bem verdade !!O Senhor é e deve ser tudo em nós , Ele é a própria vida !!
ResponderExcluirMaravilhoso texto! Deus as abençoe.
ResponderExcluirDeus te abençoe também, Kelly!
ExcluirAbraço!
Gente ❤ que texto
ResponderExcluirDeus te abençoe, Lorrayne!
ExcluirTexto maravilhoso! Obrigada por compartilhar! Que Deus as abençoe!
ResponderExcluirAmém, Márcia!
ExcluirAbraço!
Como precisava ler isto,dias dificeis.Como tenho lutado com isso,não é nd facil mas sempre que corremos para o braço do nosso pai ele nos ajuda.
ResponderExcluirOlá, Catiane
ExcluirÉ em seus braços que encontraremos nosso porto seguro. Aquele que é tudo em nós, que ele te auxilie nisso.
Abraço!
Obrigada Senhor, por esse blog!!! Me sinto abraçada quando leio esses textos e reflexões! Glória a Deus pela vida de vocês!
ResponderExcluir