16:43
Indicação: “A mortificação do pecado” – John Owen
0 Comentários
John Owen é
um dos teólogos puritanos mais notáveis. Nascido em 1616, aos 19 anos completou
seu mestrado, em 1637 tornou-se pastor e em 1652 recebeu o cargo adicional de
vice-reitor da universidade de Christ Church, a maior de Oxford. Owen morreu em
1683, mas seu legado de ensino sobre a importância de lutar contra as
tendências e atitudes pecaminosas permanece.
No livro “A
mortificação do pecado”, ele nos apresenta princípios bíblicos que são
indispensáveis para a nossa santificação e nos convida a avaliarmos nossa vida
espiritual. O autor explica a mortificação através de uma abordagem que ensina
a natureza do pecado, a necessidade de lutar contra ele e o método para fazer
isso.
A base de
todo argumento utilizado por Owen está em Romanos 8.13: “Porque, se viverdes
segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do
corpo, vivereis.”. Assim, ele conecta a mortificação e a vida eterna afirmando:
“o vigor, o poder e a consolação de nossa vida espiritual dependem da mortificação dos atos da carne.”(p.31)
Ao tratar
sobre a natureza e gravidade do pecado, John Owen é enfático:
“preocupe-se em matar o pecado, senão ele acabará matando você.”(p. 33)
“Ora, é nosso dever mortificar e continuar matando o pecado, mas é dentro de nós que devemos agir. Quem é designado para matar um inimigo e para de golpeá-lo antes que o opositor cesse de viver, cumprirá apenas metade da tarefa.” (p.36)
O autor
ainda elenca dois males que acompanham o cristão não mortificado, o primeiro
relacionado a ele mesmo e o segundo às outras pessoas. No que se refere às
outras pessoas, a influência maligna atua através do endurecimento e
hipocrisia; quanto ao nosso interior, devemos estar atentos pois:
“A raiz de uma vida não mortificada é a assimilação do pecado sem senti-lo amargo no coração. Quando alguém ajustou a imaginação para uma espécie de apreensão da graça e da misericórdia que o torna capaz de engolir e de ingerir pecados diários sem sentir amargura, chegou à beira do abismo de transformar a graça de Deus em lascívia e de ser endurecido pela engenhosidade do pecado.” (p.46)
O livro nos
mostra que somente o Espírito Santo é suficiente para a obra da mortificação:
“Sem Ele, todos os meios e métodos não valem nada; Ele é seu grande motor eficaz; Ele opera em nós conforme lhe convém” (p.49)
Owen
prossegue afirmando que mediante o Espírito Santo podemos triunfar sobre o pecado
constantemente, mas nesta vida nunca iremos destruir o pecado totalmente. Ele
ainda nos lembra que:
“aquele que troca a soberba pelo mundanismo, a sensualidade pelo farisaísmo, a vaidade pelo desprezo do próximo, não pense que mortificou e abandonou o pecado. Mudou de dono, mas continua escravo.” (p.73)
A obra traz
uma descrição pormenorizada da mortificação do pecado, elencando as etapas e os
graus. É neste ponto específico que se encontra o trecho que me chama mais
atenção:
“O indivíduo pode derrubar os frutos amargos de uma árvore ruim até se esgotarem, mas enquanto a raiz permanecer com força e vigor, derrubar os frutos atuais não impedirá de produzir mais frutos ruins. Essa é a tolice de alguns. Colocam-se com toda a sinceridade e diligência contra a erupção da concupiscência, deixando, porém, o princípio e a raiz intocados, fazendo pouco ou nenhum progresso nessa obra da mortificação.” (p.84)
Além disso, o puritano coloca que não há
mortificação sem conversão, isto é, não há morte do pecado sem a morte de
Cristo, como também não há mortificação sem sinceridade completa para fazer
morrer todas as concupiscências.
O livro em
questão encerra com algumas instruções e diretrizes para nortear os leitores e
ajuda-los a mortificar o pecado. Sendo assim, é um clássico cuja leitura é
indispensável para todos nós que lutamos diariamente contra nossa natureza
pecaminosa. Na luta contra o pecado, que Deus nos ajude a resistir e derramar o
próprio sangue se for necessário (Hb 12.4).
Informações
do livro:
Título: A
mortificação do pecado
Autor: John
Owen
Editora:
Vida
____________________
Juliany
Correia