O Senhor é o meu pastor


Os bebês ao nascerem são absolutamente dependentes dos pais, necessitam dos pais para satisfazerem suas necessidades mais básicas, para se alimentarem, limparem, vestirem, enfim, para sobreviverem. Conforme o tempo passa, os bebês crescem e vão aprendendo a tomarem conta de si, se tornando adultos e deixando de depender de seus pais. Quanto mais maduros se tornam, menos dependentes são. Em nossa caminhada com o Sumo Pastor, a regra é o inverso; quanto mais amadurecemos, mais conscientes da dependência de nosso Deus nos tornamos. 

O salmo 23 é um texto por demais conhecido, ele ressalta a relação de dependência entre o crente e Deus, entre a ovelha e o Sumo Pastor. O primeiro verso afirma:

(v. 1) O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta.

O salmista nesse primeiro verso ilustra a relação entre ele e Deus por meio da imagem de um pastor cuidando de sua ovelha. Ele se coloca como uma ovelha satisfeita com o cuidado pastoral de Deus. O salmista não se coloca como um animal esperto e independente, ele não diz: "sou esperto como um lobo", ou "forte como um leão". Pelo contrário, ele se coloca como um que depende de seu pastor quanto à sua alimentação e segurança. Uma ovelha não precisa de muitas coisas para sobreviver, basicamente precisa de um lugar seguro, alimento e água. O segundo verso traz:

(v. 2) Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranquilas;

Uma ovelha longe do cuidado pastoral, além de não ter segurança, se irá se alimentar ou não, está também sujeita a muitos perigos, a predadores, a não ter abrigo para si. O Senhor cuida do salmista como um pastor que conduz a ovelha a um lugar onde ela encontra sustento e um calmo repouso.

(v. 3) restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.

Alimentada e protegida, a ovelha é conduzida pelos caminhos que o pastor deseja, esses caminhos são chamados aqui de "veredas da justiça", de um modo geral, os escritos de sabedoria do AT, como por exemplo os Salmos e Provérbios, abordam com frequência o tema do "caminho do justo" apontando a conduta aprovada que os sábios demonstram. A conduta do sábio é diametralmente oposta à do tolo. O amor de Deus pelo Seu nome no contexto de uma aliança entre Deus e o salmista é o motivo de Deus conduzir o salmista pela vereda da justiça, pelo caminho do sábio.

(v. 4) Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.

Ainda que o salmista em um dado momento vá caminhar pelas trevas, ainda assim ele é guardado pelo pastor, o cuidado pastoral de Deus não é condicionado pelas circunstâncias que envolvem o salmista, ele sabe que não há o que temer e a razão disso é: "pois tu estás comigo", o salmista pode descansar porque o Deus que ele depende é Deus presente.
 (v. 5) Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice.

O salmista é transportado de um vale de sombra e morte para um banquete triunfal, onde é honrado diante de seus adversários. Aqueles que se levantaram contra o salmista têm que testemunhar sua vitória. As bênçãos da Aliança entre Deus e o salmista são desfrutadas por ele com um cálice transbordante em sua mão. Há delícias diante do salmista dadas por Deus a ele
 (v. 6) Sei que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e voltarei à casa do Senhor enquanto eu viver.

A bondade de Deus para com o salmista expressa em seu cuidado pastoral, expressa nas delícias diante do salmista irá ser perene ao longo de sua vida, do mesmo modo, será a fidelidade de Deus em conduzir o salmista pelas veredas da justiça e cumprir Suas promessas de bênção feitas em aliança com ele. O salmista tem a esperança e o privilégio de ir ao lugar de encontro de Deus com ele, à casa do Senhor, por todos os dias de sua vida.

Não nos aproximemos de Deus confiando em nossos méritos, porque não os temos, nos aproximemos de Deus em absoluta submissão. Lembre-se que quanto mais amadurecemos na caminhada com Deus, mais consciente da dependência dEle nos tornamos, pois todos dependem de Deus, porque “n’Ele vivemos e nos movemos” (Atos 17.28), mas nem todos têm essa consciência. Quanto mais o cristão progride em sua caminhada, mais ele percebe o quanto necessita de seu Senhor, mais ele valoriza Sua bondade e mais se alegra em sua instrução.


Daniel Brito

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