Duas vias diante de nós
O capítulo 1 de Salmos é bastante conhecido e recitado. Ele
é composto por 6 versículos que expõem a felicidade dos justos e o destino dos
ímpios. Primeiramente, o escritor inicia descrevendo negativamente as atitudes
de quem é bem-aventurado, isto é, muito feliz. O termo “feliz” ou
“bem-aventurado” transmite a ideia de “como é recompensadora a vida de”. Feliz
é quem não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores e
não se assenta na roda dos zombadores. Perceba que as três negativas enfatizam
aspectos diferentes de separação de Deus: aceitação dos conselhos, participação
dos costumes e adoção da atitude dos ímpios.
A primeira definição nos fala de “andar” no conselho dos
ímpios, isso nos faz perceber que o salmista não está falando de uma simples
conversa, mas sim de um problema maior: absorver e tomar como verdade conselhos
carregados de impiedade. A segunda definição traz o verbo “deter”, que
mais se aproxima com o sentido do verbo “parar”. Não estagnar no caminho dos
pecadores é uma característica de quem prossegue firmemente no caminho da
verdade. Na terceira definição, vemos a expressão “se assenta”, a roda dos
zombadores não é um lugar onde devemos nos acomodar. Se sentar-se com os
que zombam e acatar suas ações nos traz conforto, não podemos ser chamados de
justos.
No versículo 2, vemos o contraste expresso através da
expressão “pelo contrário”, dessa forma, entendemos que as práticas dos justos
em nada se assemelham às mencionadas anteriormente pois o seu prazer está na lei
do Senhor, como também é expresso em outro salmo: “Terei prazer em teus
decretos e não me esquecerei de tua palavra ” (Sl 119.16). Além disso,
observamos que o fato de amar, ter prazer na lei do Senhor, implica dizer que
dedicamos tempo à sua palavra, meditando nela de dia e de noite, não como uma
ação ininterrupta, mas constante. Estes procedimentos resultarão no que é
dito no v. 3 . O salmista utiliza a figura de uma árvore plantada à beira de
águas correntes, que é frutífera e as folhas não murcham. O homem que tem a
palavra de Deus como prioridade será sempre renovado e tudo o que fizer
prosperará, assim como a árvore, dá seus frutos no tempo oportuno.
Diferente desta primeira figura, os ímpios são comparados à
palha no v. 4. Enquanto os justos possuem raízes e frutificam, os ímpios são
espalhados como palha pelo vento. Assim como a casa edificada sobre a areia
cai, os ímpios não resistirão (Mt 7.26-27). Por isso, pela sua inconstância e
falta de firmeza, eles não prevalecerão no dia do juízo. O Senhor virá sobre
todos os que habitam na terra e os ímpios não ficarão em pé “na presença do
filho do homem”(Lc 21.36). Assim como o joio será separado do trigo, os
perversos não terão lugar entre os justos. O porquê apresentado no versículo
final, aponta para a justiça de Deus: ele recompensa o caminho dos justos, mas
a consequência da impiedade é destruição. Há um caminho que parece direito, mas
o fim é morte (Pv 16.25).
Embora em alguns momentos os ímpios pareçam justos, o dia do
juízo revelará os “homens de palha” e suas respectivas obras. É
impossível que haja verdadeira felicidade entre aqueles que se afastam de Deus.
Por outro lado, como é recompensadora a vida de quem faz da Sua Palavra o
alicerce e raiz para frutificar no tempo certo e ser reconhecido pelos frutos.
Os ímpios terão a recompensa da sua impiedade, dispersos e vacilantes. Porém,
os justos podem dizer “Bom para mim é aproximar-me de Deus” (Sl 73.28). Há duas
vias diante de nós, dois caminhos distintos e distantes entre si. Sejamos como
árvores plantadas junto às águas, frutificando no tempo certo e resistindo à
aridez deste mundo pela graça do nosso Senhor Jesus Cristo. A presença
do Senhor é a nossa maior recompensa.
Juliany Correia
Graças damos ao nosso Glorioso Deus por nos mostrar o verdadeiro caminho que é jesus Cristo
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