Emoções santificadas


As emoções são parte da integralidade humana, por essa razão, também estão envolvidas no processo de Santificação iniciado na Regeneração, quando somos colocados na posição de santos, chamados e capacitados para progredir na formação do caráter de Cristo em nós. As emoções são tão constantes e ativas que dificilmente paramos para pensar sobre elas.

Nosso bondoso Deus tem interesse em nossas emoções, pois por fazer parte do ser humano é também objeto de Sua redenção, considerando que o pecado afetou severamente toda a nossa estrutura.  

Uma situação se apresenta estimulando em nós uma resposta emocional, nesse momento nossas emoções se manifestam, pois, normalmente, exteriorizamos o que estamos sentindo. Quando a situação é agradável reagimos com alegria e satisfação, mas quando a situação é desfavorável respondemos com ira descontrolada ou raiva e tendemos a culpar as circunstâncias por nossa reação pecaminosa, no entanto as circunstâncias não colocam as emoções dentro de nós, elas apenas despertam aquilo que já está em nós. A fonte geradora das nossas emoções é o nosso coração. Vejamos o exemplo do Senhor Jesus Cristo, pois o seu coração santo, nunca respondeu às circunstancias com pecados. Dave Harvey escreveu:

“Você já considerou a razão por que não existem relatos que nos mostram Jesus batendo uma porta devido a frustração furiosa ou infligindo o “tratamento de silêncio” em alguém que o magoou? Por que Jesus não ficava irritado, ou amargurado, ou hostil? A resposta simples, mas espantosa é esta: quando o seu coração era aquecido pelas circunstâncias, manifestava-se o que havia ali: amor, misericórdia, compaixão, bondade. Cristo não reagia pecaminosamente às circunstâncias de sua vida – até mesmo uma morte atormentadora, imerecida e humilhante – porque o seu coração era puro. O que estava em seu coração transbordava. Era amor!”1

Logo, quando respondemos a uma situação pecaminosamente é o nosso coração que está exposto, é o que tem lá dentro que está evidenciado, saltando para fora. As circunstâncias são apenas as oportunidades que nosso coração encontra para dar vazão a sua corrupção não mortificada. Mas o Senhor deseja usar nossas emoções para nos ajudar a perceber as condições em que se encontra nosso coração, dessa forma, é sensato inspecionar regularmente nosso homem interior, observando as reações emocionais que ele manifesta.

Quem de nós nunca se sentiu provocada por alguma coisa ao nosso redor e reagimos de modo agressivo ou orgulhoso? Depois percebemos que não havia necessidade daquilo e que ultrapassamos os limites, e mesmo nesse momento, é comum culparmos as pessoas envolvidas ou as circunstâncias: “Se ela não tivesse dito aquilo eu teria ficado calada”, ou: “Porque ele apareceu naquela hora?” dificilmente olhamos para o nosso coração buscando iluminá-lo com a luz das Escrituras que nos ajuda a ver as coisas como elas realmente são.

Se não entendermos que essa área da nossa vida também precisa ser santificada, continuaremos a ser dominadas pelo que sentimos, por nossas emoções pecaminosas. Continuaremos a reagir pecaminosamente a tudo que for conflitante com os nossos desejos.

O Espírito Santo é quem opera a santificação em nós, e deveríamos fazer disso um pedido constante em nossas orações. Mas além disso, precisamos também alinhar nosso pensamento ao do Senhor Jesus, pois nossas emoções estão muito ligadas ao que pensamos, nisso está incluído o que cremos, o que desejamos, nossas expectativas e motivos. Quanto mais nossa mente for submissa ao Senhor, mais estaremos na “atmosfera” apropriada para que emoções santas sejam produzidas.


Sonaly Soares
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1Dave Harvey – Quando pecadores dizem “sim”, Ed. Fiel
Obs.: Há problemas emocionais relacionados a questões patológicas, as quais, em nenhum momento tenho a intenção de tratar aqui.

2 comentários:

  1. Texto maravilhoso! Obrigada por compartilhar. Que busquemos diariamente por meio da palavra de Deus sermos santificadas e mais parecidas com Cristo. ��

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