Enchei-nos de misericórdia


Imagine uma pessoa que recebe um grande presente. Ela não o merecia, mas a sua vida dependia disso. Contudo, quando é chamada para entregar um presente a outrem, ela hesita e decide não ofertá-lo. Acredito que você já ouviu histórias semelhantes a esta. O próprio Cristo narrou uma que fala sobre um homem que tinha uma grande dívida, certo dia, o seu senhor perdoou-lhe a dívida, pois teve compaixão, porém, quando o devedor perdoado teve a oportunidade de perdoar outro homem que o devia, assim não o fez. (Mt 18:21-35)

Olhemos para a nossa vida. Nós recebemos um grande favor do nosso Senhor Soberano - o maior de todos - nós fomos salvas em Cristo e nos aproximamos do Santo Deus. Além dessa maravilhosa dádiva, diversas outras nos são dadas diariamente, como as pessoas amadas que são colocadas em nossas vidas, o pão de cada dia, a coordenação motora que nos ajuda a pentear o nosso cabelo, o ar que respiramos. A nossa vida reflete a misericórdia de Deus.

Lembremos do profeta Jonas, nós observamos em sua trajetória que a misericórdia de Deus era abundante em sua vida. Mas, ao ser chamado para pregar em Nínive, ou seja, para levar a misericórdia de Deus àquele povo, Jonas se recusou e fugiu da vontade de Deus. Quando foi chamado pela segunda vez, o profeta obedeceu e pregou ao povo, que se arrependeu. Embora tenha feito um ato misericordioso, Jonas não estava com o coração cheio de misericórdia.  Mesmo tendo provado diretamente do doce favor de Deus - foi chamado por Deus para levar a sua Palavra, sobreviveu ao ser jogado ao mar, não morreu dentro do ventre do grande peixe, foi levado a terra de Nínive, etc - o profeta não se tornou uma extensão da misericórdia de Deus. Jonas fechou o seu coração para esse sentimento nessa situação. Ele indagou a Deus diversas vezes sobre o desfecho daquela história - o arrependimento do povo de Nínive - mas, Deus o mostrou a abrangência de sua misericórdia e que a Sua vontade deve prevalecer. Podemos acompanhar a falta de misericórdia do profeta ao longo do capítulo 4:

“Jonas, porém, ficou profundamente descontente com isso e enfureceu-se. Ele orou ao Senhor: “Senhor, não foi isso que eu disse quando ainda estava em casa? Foi por isso que me apressei em fugir para Társis. Eu sabia que tu és Deus misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor e que prometes castigar mas depois te arrependes.” (Jn 4:1-2)

Quantas vezes nós mesmas nos recusamos a demonstrar misericórdia para o nosso próximo? Negamos uma conversa, não oramos, não evangelizamos, não doamos aos necessitados, não choramos com os que choram nem ficamos felizes com aqueles que estão rindo. Em nossa vida, ganhamos presentes do nosso Pai, mas pouco ofertamos na vida das pessoas. Quais são os pecados ainda presentes em nós que nos impede de sermos mulheres misericordiosas? Se o nosso Senhor nos disse para sermos como Ele é, e sabemos que Ele é rico em misericórdia, por que não procedemos de tal forma?

Oremos para que o nosso Deus misericordioso encha o nosso coração de misericórdia e retire de nós o nosso orgulho e egoísmo que paralisam a nossa ação. Fomos chamadas para mostrarmos misericórdia neste mundo - nós somos a luz que deve brilhar nas trevas. Que entendamos que somos o alvo da misericórdia de Deus e que somos os seus instrumentos para propagar a misericórdia Dele enquanto estivermos aqui. Clamemos em alta voz: Enchei-nos de misericórdia, Senhor!


Hellen Juliane

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