Não passa de um sopro
Não é mais novidade que estamos vivenciando dias velozes.
Como, então, devemos proceder diante dessa vida que mais parece um sopro? Como
iremos passar por esses anos? Quais serão os nossos objetivos e sonhos? Em que
ou quem nós iremos nos ancorar? Há uma oração muito prudente e cheia de
desabafos em Salmos 39 (leia todo o salmo). A partir do verso 4, Davi realiza
uma petição através de uma súplica ao Senhor. Ele diz:
“Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou. Deste aos meus dias o comprimento de um palmo; a duração da minha vida é nada diante de ti. De fato, o homem não passa de um sopro.” (Salmos 39:4-5)
Davi sente a necessidade de reaprender acerca de sua
fragilidade e pede ao Senhor que o ensine isso. Hoje estou escrevendo esse
texto e não sei se escreverei outro. Você está lendo agora esse texto e não faz
ideia se lerá outro. Deus nos presenteou com alguns poucos anos bem contados.
Contudo, muitas pessoas pensam que tudo podem, que realizarão todos os seus
sonhos nesta breve vida. Lançam as suas energias em ter a melhor vida possível
nesta terra. Fatigam-se de tanto lutar pelos seus bens terrenos. Reclamam a
todo instante de que a vida é curta demais para as tantas coisas que têm que
fazer e aproveitar. Sentem-se desafiadas pela brevidade dos seus próprios dias.
Minhas irmãs, a agitação dos dias pode retirar os nossos olhos daquilo que
realmente importa. Devemos labutar e ir em busca dos nossos sonhos? Sim! Apenas
não devemos ancorar nessas coisas o nosso coração. Porque a vida irá passar e
tudo isso é vapor (Eclesiastes nos ensina isso).
Sim. Alguns sonhos morrerão conosco silenciados pela morte.
Como o nosso coração se sente ao se deparar com essa verdade? Não devemos
restringir o sentido da nossa vida à busca pela felicidade e realização de
nossos sonhos. A nossa vida tão breve não deve ser vivida dessa forma. Davi
entendia isso e concluiu que toda essa busca agitada e desenfreada pelo que é
terreno, pelas riquezas desta vida é vã.
“Sim, cada um vai e volta como a sombra. Em vão se agita, amontoando riqueza sem saber quem ficará com ela.” (Salmos 39:6)
Talvez você ponderou diversas vezes acerca de como gastaria
os seus dias. Aqui, Davi nos dá uma dica de que primeiro devemos compreender
que os nossos anos irão passar como vapor e que a agitação a fim de acumular
bens é vã. Como diz o filho de Davi, Salomão: “É correr atrás do vento”. Mas,
como viver os nossos dias curtos? As incertezas que a vida traz, os problemas
inerentes a ela, e ainda a mortalidade que nos rodeia e sempre nos avisa que
está por perto, revelam a nossa necessidade de encontrar nessa vida um lugar no
qual achar descanso e esperança. Davi achou esse lugar.
“Mas agora, Senhor, que hei de esperar? Minha esperança está em ti.” (Salmos 39:7)
Assim, portanto, devemos viver. Firmando nesse Lugar, nessa
Pessoa a nossa esperança. Sabendo que apesar da brevidade desta vida o teremos
eternamente. Temos um tesouro que não nos será tirado. Viveremos com Ele essa
vida curta e para todo o sempre quando ressuscitarmos junto com o nosso Senhor
e Salvador.
Amadas, compreendamos que somos frágeis e impotentes diante
do tempo. Nossa vida é como um sopro e, portanto, devemos vivê-la não baseadas
nas vãs filosofias desse século que nos impõem ferozmente o acúmulo e o apego
ao que facilmente se acabará com o tempo. Que estejamos baseadas, ancoradas,
enxertadas Naquele que nos encontrou em meio a nossa fragilidade e
temporalidade. Ele estará conosco para todo o sempre. Viva os seus anos
contados para a glória de Deus!
“Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria.” (Salmos 90:12)
Hellen Juliane
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