Orando a Deus com um espírito quebrantado e um coração contrito.

16:55


Há uma necessidade de entendermos como está o nosso coração ao nos aproximarmos de Deus em oração, pois, conforme o que encontramos em Tiago 4.3, pedimos e não recebemos, porque pedimos mal.

 

Essa verdade se evidencia porque somos orgulhosos e muitas vezes presunçosos com nossa própria vida.  Achegamo-nos a Deus com os motivos errados e egoístas, pedindo apenas o consentimento dEle para os nossos desejos. E, às vezes, tendemos a ter a falsa impressão de que estamos falando com Deus adequadamente, porque não dizer sacrificialmente, já que passamos horas nas assembleias públicas em nossas igrejas ou mesmo no conforto privado de nossas casas. Mas, quantas vezes oramos de forma desesperada por nossos pecados, pedindo que o Senhor transforme os nossos corações na mesma medida em que pedimos por algo muito almejado por nós?

 

A verdade é que temos orado mal, focando muito mais no eu, sendo enganados com a ilusão de uma petição santa. No entanto, o que Deus requer de nós é um coração continuamente quebrantado, que entrega incondicionalmente toda a sua vida a Ele, que reconhece que é pecador e, sem Deus, tudo o que faz é continuamente mau.

 

Deste modo, ao fazermos isso, perceberemos que não somos merecedores, nem muito menos dignos de sermos ouvidos e que somos menores que uma simples formiga. Então, passaremos a ter um coração que compreende que, ao chegar na santa presença de Deus em oração, muito mais do que despejar todos os pedidos ao Senhor, precisa, antes, esvaziar-se de si mesmo para encher-se da plenitude do altíssimo.

 

Charles H. Spurgeon em seu sermão proferido a esse respeito disse:

 

“Não posso esperar que nenhum homem acredite que pode se comunicar com Deus, ou que Deus ouvirá sua oração e lhe concederá seu desejo, a menos que ele tenha sido levado pessoalmente a experimentá-lo. Mas se, pelo Espírito de Deus, ele foi levado a procurar por Deus e a aproximar-se de Deus, não terei necessidade de mais discussões com ele. Esse homem entrou agora em uma nova vida na qual ele será capaz de entender coisas novas. Até que ele entre nessa vida, ele é espiritualmente surdo e cego. E o que ele pode saber sobre realidades espirituais? Nosso Senhor nos disse: "Você deve nascer de novo." Quando nascemos de novo, a vida dentro se volta para a vida de Deus e tem companheirismo com Deus e Deus responde a ela e o desejo do piedoso é concedido (C. H. Spurgeon)”.¹

 

Assim, entenderemos que não conseguiremos nos aproximar de Deus, comungar de seus desejos santos e encher-nos da sua plenitude sem a presença de um mediador. Precisamos da cruz de Cristo. Pois, foi pela morte de Jesus por pecadores como nós, que hoje temos acesso junto ao Pai. Por causa dele podemos entrar na sala do trono de um Rei que, apesar de ser tão Santo e tão Grande, se inclina do mais alto céu para ouvir a menor de suas criaturas. Por isso, hoje temos a razão e o fundamento de toda a nossa oração, pois um dia ele morreu em nosso lugar e é em nome dele que oramos.

 

Portanto, clamemos humildemente em convicção por Cristo e, assim como Davi nos versos 6 e 7 do Salmo 86, digamos: “Dê ouvidos, Ó Senhor, à minha oração e assista à voz das minhas súplicas. No dia do meu problema eu vou chamá-lo: pois você vai me responder”.

 

 

Kelly Balbino.

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¹A oração no dia da Angústia - Sermão 2053- pregado na manhã de Domingo, 25 de novembro de 1888 por Charles Haddon Spurgeon no Tabernáculo Metropolitano.

 

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