“O desencanto secular”


Ao rejeitar a Deus, a cultura secular tem aumentado a fome humana por transcendência, mistério, fascínio e profundo senso de deslumbramento que o secularismo, com sua ênfase no “aqui e agora”, não pode oferecer. Quanto mais as pessoas se entregam ao que nossa cultura chama de liberdade (obediência aos instintos), mais elas perdem a si mesmas.  Com a auto alienação, a vida vai se esvaziando de sentido, pois tudo o que conhecem são as experiências breves e insatisfatórias dessa vida fugaz, que como água salgada, só aumenta ainda mais a sede. Essa sede tem despertado uma desconfiança furtiva de que talvez exista algo maior que nós mesmos que faça a existência valer a pena.


Visto que o termo “secular” pode assumir diferentes significados, emprego para me referir à mentalidade amplamente difundida de que a crença religiosa ou a fé em Deus não tem espaço na vida pública, que na vida privada Deus é um acessório sem muita importância e que a realidade se resume à esfera imanente.


Com a difusão do secularismo, o ocidente tem sofrido grandes transformações tanto intelectuais quanto morais, formatando assim, nossa cosmovisão. Mesmo que a crença pessoal em Deus exista, no aspecto cultural não está mais presente, e essa ausência de Deus pode ser vista nas elites intelectuais, artísticas, na mídia e outros setores da sociedade que são formadores culturais. Deus e Sua autoridade se tornaram obsoletos, as pessoas concordam cada vez mais que a crença pessoal em Deus não deve ter influência na sociedade.

 

O secularismo vê nos avanços tecnológicos e científicos a esperança de que a humanidade pode resolver qualquer problema, seja qual for o mal que nos aflige, encontraremos a solução. Mas é nesse cenário de prosperidade tecnológica e “liberdade” para ser o que quiser sem a “interferência” de uma autoridade cósmica, que o coração humano tem se sentido cada vez mais insatisfeito e desiludido.


Em mundo onde não há espaço para o sobrenatural, parece que quanto mais se foca no natural, mais o mistério sobrenatural se sobressai. Os Guinness, escreveu:


“Perguntas e anseios eternos estão abrindo seu caminho por entre as rachaduras do mundo estéril do desencanto secular.”

 

Nossa era secular tem aumentado a sede do coração humano pelo transcendente, intensificado a desconfiança de que a vida não pode ser só isso que vemos e amplificado a inquietação de que nos falta algo que não está acessível nas experiências desse mundo.  


Nós, cristãos, deveríamos aproveitar esse desencanto que está no coração de tantas pessoas para lhes falar sobre o Deus Trino, Criador e sustentador de todas as coisas. Ensinar-lhes o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo e mostrar-lhes que seus anseios eternos encontram resposta, descanso e satisfação nesse Senhor amoroso e justo.

 

Sonaly Soares Brito 

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